BRASÍLIA - O DEM formalizou ontem, em reunião da Executiva do partido, a desfiliação do deputado Edmar Moreira (MG), que na semana passada renunciou ao cargo de segundo-vice presidente e corregedor da Câmara, depois de ser envolvido em suspeitas de sonegação fiscal e de não ter declarado ao Imposto de Renda a propriedade de um castelo no valor de R$ 25 milhões, na zona da mata mineira.
O pedido de desfiliação já havia sido encaminhado pelo próprio Edmar Moreira ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), numa tentativa de preservar o mandado, pois o deputado alegou justa causa por se considerar perseguido pelo partido.
O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), disse que, por enquanto, aguardará a decisão do TSE de aceitar ou não os argumentos de justa causa de Moreira. Se o TSE der razão a Edmar Moreira e entender que ele foi perseguido, o deputado continuará com mandato e poderá se filiar a outro partido. Mas se o TSE entender que o deputado não tem justificativa, o DEM poderá reivindicar a vaga para colocar um suplente no lugar e Edmar perderá o mandato.
Sem partido, o deputado agora deve enfrentar uma investigação na corregedoria da Câmara. Ontem, o PSOL encaminhou um pedido ao corregedor ACM Neto (DEM-BA) para apurar se houve irregularidade do deputado no uso da verba indenizatória a que tem direito.
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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP) recomendou a Edmar Moreira (DEM-MG), o deputado do castelo, que renuncie à 2a.vice-presidência da Casa
A pedido de Temer, Edmar deve renunciar à 2ª vice
Temer trocou cinco telefonemas com Edmar ao longo deste domingo (8). Em timbre categórico, recomendou a interlocutor que deixe o cargo.
Numa das conversas, Temer disse a Edmar: “O melhor é que, amanhã [segunda-feira], já esteja na imprensa que você renunciou”.
A pedido de Temer, outros dois deputados que integram a Mesa diretora da Câmara tocaram o telefone para Edmar Moreira.
Ligaram Inocêncio Oliveira (PR-PE) e Nelson Marquezelli (PTB-SP), respectivamente segundo e quarto secretários da Mesa.
Repisando o pedido de Temer, Inocêncio e Marquezelli aconselharam Edmar a bater em retirada da segunda vice-presidência da Câmara.
Ao sentir que o chão lhe fugia dos pés, Edmar passou a admitir a renúncia ao cargo, para o qual fora eleito pelos colegas há escassos cinco dias.
Em com Temer, um dos filhos de Edmar, o deputado estadual Leonardo Moreira (DEM-MG) fez um pedido.
Disse que o pai gostaria de obter do DEM a garantia de que o partido não tentaria retirar-lhe o mandato.
Versado em matérias jurídicas, o advogado Temer deu, por meio do filho, um novo conselho a Edmar.
Recomendou que, após renunciar à segunda vice da Câmara, o deputado protocole no TSE um pedido de desfiliação do DEM, por incompatibilidade com a direção do partido.
Edmar Moreira terá de se apressar. O presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), marcou para o final da manhã de terça (10) uma reuniao da Executiva do partido.
Vai à mesa a proposta de expulsão de Edmar Moreira. A decisão está tomada. O deputado será expurgado da legenda em procedimento sumário.
No início da noite deste domingo, em telefonemas a outros deputados, Edmar já jogava a toalha. Dizia que deve mesmo renunciar à segunda vice.
Confirmando-se a renúncia, Temer deve voltar atrás na idéia de retirar do âmbito da segunda vice-presidência as atribuições de corregedoria da Câmara.
Escrito por Josias de Souza às 19h59
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Edmar Moreira acaba de renunciar à vice da Câmara - Sérgio Lima/Folha
Durou apenas cinco dias a sobrevida de Edmar Moreira (DEM-MG) na segunda vice-presidência da Câmara.
O deputado do castelo acaba de informar ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP) que decidiu renunciar ao cargo.
Moreira redige nesse momento a carta de renúncia. Deve enviá-la a Temer, por fax, dentro de meia hora.
Soterrado por denúncias, Edmar Moreira perderá também a legenda. A despeito da renúncia, o DEM, partido do deputado, mantém a disposição de expulsá-lo.
Para evitar o constrangimento, Moreira cogita pedir a desfiliação do DEM já nesta segunda (9), antes da reuniao da Executiva do partido, marcada para a terça (10).
Com a renúncia de Edmar, a Câmara terá de eleger outro deputado para exercer as funções de primeiro vice-presidente.
Pelo critério que leva em conta o tamanho das bancadas, o cargo pertence ao DEM. O partido terá de decidir agora se mantém a indicação de Vic Pires (DEM-PA).
Levado ao plenário como nome oficial do DEM, Vic fora batido no plenário por Edmar, eleito à revelia do bloco que apoiara Temer na disputa pelo comando da Câmara.
Em votação secreta, Moreira prevalecera sobre Vic graças ao apoio que recebera de duas legendas governistas: PT e PR.
Moreira integrara o Conselho de Ética da Câmara na época em que foram a julgamento os processos de cassação contra deputados enrolados no escândalo do mensalão.
Defendera com desassombro a absolvição dos mensaleiros. Daí a retribuição do PT e do PR, duas das legendas que atravessaram de joelhos a fase mensaleira do Legisaltivo.
Escrito por Josias de Souza às 20h18
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